Eu relutei muito até decidir postar mais uma vez uma poesia. Eu estou me tornando um poeteiro, ops, poeta.
Esta não era a idéia inicial, minha idéia era postar algumas coisas estranhas, outras meio polêmicas, meio politizadas, mas não vem acontecendo nada de novo que mereça minha atenção, além disso os dois principais fatores que adubavam minha mente estão escassos: vácuo e perturbação; desde que mudei de escola estou mais preocupado com coisas mundanas e já faz muito tempo que eu assisti Evangelion.
As únicas idéias boas que habitam meu encefalo atualmente não caberiam num post e eu tenho que desenvolve-las, mas dá uma preguiça…
Foda-se então! Lá vai a poesia, que não deixa de ser estranha e pode gerar polêmica (tipo: Mundo X Eu).
A Pena e A Espada
Maneta e mudo
deveria ser o poeta que diz
que o amor é maior que tudo.
Ele ilude e aliena
troca a espada pela pena
seu povo por uma vida amena.
E se sua pena faz história,
não a faz glorificando a glória,
mas enchendo seus descendetes de ilusão.
PS: Aliena? Esse verbo tá certo?
Esta gravado, numa chapa negra de metal,nos portões do cemitério das idéias mortas, aquelas que serão, pelo tempo, esquecidas nos cantos frios e sombrios de minha mente, as palavras do poeta:
O Martírio do Artista
Arte ingranta! E conquanto, em desalento,
A órbita elipsoidal lhe arda,
Busca exteriorizar o pensamento
Que em suas fronetais células guarda!
Tarda-lhe a Idéia! A inspiração lhe tarda!
E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,
Como o soldado que rasgou a farda
No desespero do último momento!
Tenta chorar e os olhos sente enxutos!…
É como o paralítico que, à míngua
Da própria voz, e na que ardente o lavra
Febre de em vão falar, com os dedos brutos
Para falar, puxa e repuxa a língua,
E não lhe vem à boca uma palavra!
Augusto dos Anjos
PS: Mais uma vez o meu poeta preferido salva este blog do vazio.
PS2: Que estrutura sintática fantástica tem minha introdução: é explicação dentro de explicação!